Turista em Cochabamba?

Postado por Babi Silva , segunda-feira, 28 de setembro de 2009 01:12

Já estou em Cochabamba a pouco mais de 10 dias. 

É estranho, mas ainda me sinto uma turista. Parece que minha ficha ainda não caiu e me sinto como se estivesse passando férias na Bolívia. Pelo menos tento aproveitar tudo como se eu fosse ir embora amanhã. A altura já não incomoda mais, apesar de sentir o ar bem seco e ainda ser difícil respirar durante a tarde por causa do ar quente que entra machucando o nariz. Estamos entrando na primavera e o clima varia entre 23 a 27 graus durante o dia e entre 17 a 23 graus durante a noite. É um bom clima pra se viver...





Fiz minha 1ª apresentação cultural sobre o Brasil na semana passada. Foi durante a reunião semanal do comitê local da AIESEC Cochabamba. Apresentei um vídeo e trouxe alguns “regalos” para os chicos. Trouxe postais, revistas, informativos e claro, a cachaça.

Quando disse que tinha trazido cachaça, alguns logo disseram: “Conheço cachaça brasileira. O nome dela era 51”. Na mesma hora já vem a lembrança (ou a falta dela) da minha festa de despedida. Logo digo: “Não! Trouxe cachaça mesmo. De verdade. Da boa!”. A cachaça 51 aqui é bem famosa. TODAS as cachaças brasileiras que vi aqui são 51... Algo me diz que isso é coisa do destino...


Olha a fila de desgustação de cachaça abaixo:


 


Encontrei um local pra morar. Depois que passei 2 dias na casa bonita, me mudei para a sala de estar do meu trabalho. 
Procurei vários lugares e, ou eram longes e baratos ou próximos ao trabalho e caros. Quando consegui um quarto, numa casa de brasileiras mais ou menos dentro da minha expectativa, minha chefe, a doutora que é dona da Fundação onde trabalho, disse que estava programando alugar um quarto que fica em anexo à fundação. Como não queria morar com brasileiros, logo perguntei o preço e era mais barato do que eu esperava. O único problema é que o outro trainee do Peru, que também trabalha na Fundação, já estava ficando no quarto. O intercâmbio dele não é financiado como o meu. Então, no lugar do salário ele ganha comida e casa pra morar. A doutora me disse que precisava mudá-lo para outro quarto, pois estava precisando do dinheiro do aluguel. Pronto. Depois de 1 dia, me mudei para o quarto que fica a 10 passos de meu trabalho. A fundação funciona na casa da doutora, dona da fundação e por isso, durmo, faço minhas refeições e trabalho em um mesmo local. 
Outro lado bom é que o horário de trabalho tornou-se mais flexível. Leia-se: Trabalho FULL TIME com direito à reuniões no domingo a noite. Porém estou amando. O trabalho é apaixonante e o próximo post será dedicado à ele.
A parte ruim é que eu perdi os momentos de caminhada entre a casa e o trabalho, onde podia ver a paisagem, o transito louco, as pessoas na rua e podia caminhar pensando na vida. Tenho medo também, de enjoar em estar SEMPRE no mesmo ambiente, mas por enquanto, estou adorando. 
Depois de 1 semana foi ótimo poder desfazer minhas malas do Brasil. Percebi que mesmo tentando trazer só coisas úteis, trouxe muitas coisas que sei que não vou usar tão cedo. O melhor foi poder ter um cantinho só meu. Tem uma bandeira do Brasil pendurada na parede e várias fotos, de amigos, família e da AIESEC BH que estão na cabeceira da cama.

Sai poucas vezes. Só fui à um café chamado Dali, onde em todas as mesas os jovens ficam jogando “Cacho” um jogo de dados que é manina dos jovens de Cochabamba.
Fora isso, tenho ido mais à festinhas informais que acontecem nas casas de alguns amigos da AIESEC, onde jogamos Cacho ou vemos filmes.





Mais Impressões de Cochabamba:



- O transporte público é de uma informalidade que assusta, mas até que funciona. Não há empresas de ônibus e sim, donos de ônibus e linhas. Assim, cada um enfeita e dá um nome ao seu transporte. É um festival de criatividade. Não há pontos de ônibus. A gente para na esquina, faz o sinal com o braço e o ônibus pára. Na hora de descer é só gritar: “Baja en la esquina, por favor!”. O melhor é o preço: 1,50 bolivianos, menos que 50 centavos de real, cada viagem! Há também os TRUFIS, que são vans ou táxis que no lugar do adesivo do Batman, possuem placas sinalizadoras no alto do carro e fazem roteiros pré-estabelecidos (os mesmos intinerários dos ônibus). O preço neles também é de 1,50 Bolivianos.



- Apesar de menos enfeitados, os táxis daqui, como os de Santa Cruz, também não possuem taxímetro. O negócio é negociar o valor antes da viagem. Porém, se percebem que você é estrangeiro já dobram o preço. Bolivianos são bons negociadores e adoram pechinchar. Então a gente entra, pergunta o preço. Eles dizem 10 bolivianos, você responde 5 bolivianos e ao final sai por 7 bolivianos (2 reais). Essa é a média de preço que estou pagando por uma corrida de táxi. 


- Tenho a impressão de que vou voltar pão-dura para o Brasil. Viver aqui realmente é muito barato. Fiz uma compra básica para o mês, semana passada e saiu por 100 bolivianos, menos que 30 reais! Uma saída na night não te custa mais que 20 reais. Um almoço fora, em um bom lugar, sai por em torno de 10 reais. Se for num lugar mais popular sai em torno de 3 reais. Por isso há tantos brasileiros fazendo medicina por aqui. Ainda estou evitando fazer amigos brasileiros. Afinal, se quero ver brasileiro vou para o Brasil!


To be continued...

2 Response to "Turista em Cochabamba?"

Indiih Says:

Nossa que legal o seu blog.
Adorei!!!

Seguindo-te.

sucesso aí em Cochabamba e sucesso com o blog também!!!

Amanda Says:

Ahhhhh!
Que saudade de Bolívia.. :(
Mas oh, vc vai chegar mais pão-dura e mão aberta ao mesmo tempo.. pq vai estar acostumada a gastar sempre com tudo.. rs
Que te vaya todo muy bien, chica!
Saludos desde Brasil