Postado por Babi Silva , quinta-feira, 10 de setembro de 2009 09:34

Despedida... Sempre sou eu aqui e as pessoas indo embora.
Por causa da AIESEC, a palavra despedida se tornou natural em meu dia-a-dia...
Quantas pessoas já conheci e já me despedi.
Quantas amizades feitas, vindas de tantos lugares e situações diferentes.
Quantas histórias e culturas que à primeira vista parecem distantes, mas se tornam próximas a cada conversa, a cada testemunho, medos e ansiedades compartilhados.
Como disse o Nobre, de Santa Cruz do Sul: “A AIESEC é uma máquina de fazer saudade”.
Porém, como disse uma vez a Simone, uma intercâmbista Holandesa que ficou em BH por 2 meses: “ Se não fosse a AIESEC não teríamos nos conhecido e não teríamos motivo para sentir saudade”.
Realmente, se sentimos saudade é porque foi bom. Ninguém sente saudade de algo ruim. E, se sentimos saudade, é porque temos boas lembranças e conhecemos boas pessoas.
Agora sou eu indo embora e as pessoas ficando aqui.
Minha última semana no Brasil foi somente de despedidas. Despedi-me de quase todas as pessoas importantes em minha vida. Amigos do trabalho, amigos da faculdade, amigos do colégio, amigos de infância, amigos.
Despedi-me também da minha cidade. Passava longos minutos olhando o meu Belo Horizonte, o céu, o pôr-do-sol e as estrelas da janela de meu quarto. Despedi-me inclusive, de meu quarto. Resolvi doar todas as coisas que não iria usar nos próximos 6 meses. Que exercício difícil é esse de praticar o desapego. Logo eu, que sempre gostei de guardar TUDO por sempre pensar que um dia poderia precisar, mesmo nunca lembrando que tinha quando realmente precisava. Isso mesmo, tudo que não coube em minha única mala foi doado ou jogado fora. Guardei apenas boas recordações em cartas, bilhetes e fotos dentro de 2 pastas. Despedi-me também dos edifícios, do trânsito,  que até então pensava ser o mais caótico do mundo, do trabalho. Enfim, despedi-me da fase que se encerrava ali. Alguns podem pensar pra quê tanto saudosismo. Sei que são somente 6 meses fora. Porém, levo sempre comigo o pensamento de Leminsk: “Viva cada dia como se fosse o último”. E lembro-me muito também do velho provérbio que diz que, “Um  mesmo homem não se banha em um mesmo rio duas vezes”. Tento levar essas duas frases como meio de vida, mas nos últimos dias isso se intensificou muito.
Percebi a importância da amizade em momentos de mudança e percebi como algumas pessoas se tornam importantes em nossas vidas sem a gente perceber. Amigos são a família que escolhemos. Sei que é clichê, mas amigos são o porto seguro em momentos de tormenta ou insegurança.
Por outro lado, tem a família que são nossos amigos de sangue. Que nasceram com a missão de nos acompanhar e que temos a missão de acompanhar também. São os que fazem o possível e o impossível pelo seu bem. Aqueles que sabemos que poderemos contar sempre em qualquer situação. E como percebi a importância da família. Mesmo às vezes parecendo distante estão sempre ao nosso lado, torcendo e fazendo de tudo para tornar nossa vida mais fácil e feliz.
Gostaria de agradecer do fundo do meu coração todo carinho, atenção e suporte que todos vocês, meus amigos, sejam da família ou não, demonstraram nas últimas semanas. Só por isso, já valeria a pena fazer intercambio.
E esse é o sentido da vida para mim... Colecionar amizades. É ser feliz e fazer os outros felizes. Como diz uma querida amiga, “...é o cuidar..”. Sim, é ser altruísta e cuidar do próximo sem esperar nada mais que o sorriso e a gratidão do outro. Ser amigo só esperando a amizade, no sentido pleno da palavra.
Bom, começo uma nova fase à procura de novos amigos em novos lugares. Quero ME conhecer melhor, desafiar meus limites. E aqui contarei um pouquinho do que acontecerá em meus 6 meses pela Bolívia.

1 Response to " "

Daniela Brandão Says:

Babi, também é muito bom ler seu blog!
Esse negócio de falar de saudade, dá uma saudade né!
Mas lendo seu post fiquei com um pouco de peso na consciência porque tive que arrumar minhas coisas e ir embora tão rápido que nem deu tempo de despedir de todos, nem de tudo, nem de dar as coisas que eu sei que não vou usar mais. Ainda não sou tão despreendida assim como vc de dar tudo, mas com certeza podia dar bastante coisa (pelo menos sei que algumas minha irmã fará bom uso).

Aproveita bem aí com certeza as coisas vão melhorar e vc vai curtir muito!!!

E vamos nos falando e nos lendo!

bjos