O mundo é uma caixinha de boas surpresas.

Postado por Babi Silva , domingo, 13 de setembro de 2009 16:05

Sai de BH no dia 10 de Setembro. Estava planejando chegar à Santa Cruz de La Sierra à 1 da manhã do dia 11, dormir no aeroporto e pela manhã pegar um ônibus para Cochabamba. Queria aproveitar a paisagem da cidade de Santa Cruz e o caminho para Cochabamba, já que não teria tempo de conhecer melhor Sta Cruz naquele momento.
Cheguei à Sta Cruz, passei pela alfândega (suuper tranqüilo) e quando sai do portão de desembarque vejo uma plaquinha com uma palavra bem familiar “AIESEC”. Foi um misto de emoção e confusão. Não esperava ler essa palavrinha mágica ali. Custei a acreditar que a plaquinha era pra mim. De repente, me aventuro a olhar melhor o que havia por trás da plaquinha. Rostos curiosos e contentes em me ver. Como é bom sentir esse cuidado dos outros.

O escritório local da AIESEC de Santa Cruz descobriu que eu iria chegar e ficaram preocupadíssimos por mim. Não podiam imaginar alguém dormindo no aeroporto até o dia seguinte (até hoje não vejo problema nisso). A disposição de ir tão longe me resgatar e a total abertura para mostrar a amizade, me deixou bem tranqüila e feliz por ter escolhido Bolívia como país de intercambio. Bom, depois do meu primeiro contato real com o idioma espanhol e das apresentações dos meus novos amigos, fomos deixar minhas malas na casa do diretor nacional de intercâmbios da AIESEC Bolívia e depois fomos buscar algum lugar para beber algo e conversar um pouco. Tomei minha 1ª cerveza boliviana, a famosa Peceña Huari.
Durante a conversa, descobri que haveria um evento da AIESEC local no dia seguinte e me pediram para eu dar um testemunho sobre minha experiência como presidente da AIESEC em Belo Horizonte e da minha inicial experiência de intercambio. Pronto, adiei por 1 dia minha ida para Cochabamba.

Abaixo foto com os meus salvadores.

Primeiras impressões da Bolívia (Lê-se choque cultural ou stress aculturativo)

- Uau, todos aqui falam espanhol e o tempo todo! Hahahaha
- Os Bolivianos adoram conversar. São todos muito simples e simpáticos. Estão sempre prontos a te ajudar. Me senti como se estivesse entre velhos amigos.
-  Tudo aqui é realmente barato. O aeroporto é bem longe da cidade (igual o aeroporto de Confins em BH) e mesmo assim, a viagem saiu por 30 bolivianos, o equivalente a +-10 reais.
-  Só se pega taxi se tiver pelo menos 5 pessoas para dividir a conta.
- Ninguém usa cinto de segurança. Até porque é complicado usar cinto quando se tem 2 pessoas no banco passageiro da frente e isso acontece SEMPRE.
-  80% dos carros de Sta Cruz têm vidro quebrado, estão amassados e não possuem todos os equipamentos básicos de segurança como o retrovisor e o cinto.
- 70% dos carros de Sta Cruz são taxi. As pessoas preferem porque são muuuito baratos e pode-se colocar quantas pessoas couberem dentro, mesmo que seja no porta-malas. Um dia peguei um taxi com uma criança de 3 anos sentada no banco da frente. Não, não estava ocupado, era o filho do taxista e, mesmo assim entramos no taxi. Lembrando que se pega taxi quando se tem pelo menos 5 pessoas para dividir a conta, que dessa vez tinha dado 15 bolivianos total ou menos que 5 reais. Lo niño? Foi no colo de uma das 2 meninas que estavam no banco da frente!
- Cada táxi é enfeitado de um jeito, com muitas luzes neon piscando dentro e fora, faróis de muitas cores (em um só carro) e correndo bem mais rápido que os outros carros normais. Em sua grande maioria são carros de 5ª mão importados, principalmente Toyota, que aqui se chama Toyosa e Nissan. Porém, há algumas coisas em comum: Adesivo no pára-brisa dianteiro, em formato de morcego do Batman escrito Taxi em cor verde fluorescente, luz indicativa de taxi no pára-brisa dianteiro, ao lado do adesivo do Batman e enfeites em formato de árvore de natal pendurados no retrovisor da frente ou no suporte que sobrou dele, que exalam um cheiro fortíssimo de baunilha. Todos os táxis cheiram baunilha por causa dessas arvorezinhas. Outra coisa que achei intrigante é que muitos taxistas tem uma das bochechas maior que a outra, como se estivessem mascando fumo ou com bala na boca, mas algo me diz ser algum tipo de enfermidade. Isso eu não tenho certeza.
- Semáforo aqui é mais uma luz no meio de tantas luzes, ninguém respeita. Andar na contra mão também é natural. Setas são utilizadas com o pisca-alerta, somente para dar mais vida ao carro. Fazer retornos no meio da avenida, andar por cima de calçadas de estacionamento para cortar caminhos também é suuper normal. Porém, também é normal se ver acidentes de trânsito. Vi muitos acidentes pelas ruas.
- Existe uma rua que se chama Capitão Planeta. Acreditem!
- Existe um bairro que se chama Springfield!
Bom e essas foram apenas as primeiras impressões.

TO BE COTINUED...

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