Italia - Brasil - Paraguai - Tudo e nada

Postado por Babi Silva , domingo, 4 de abril de 2010 18:24

Entre Tunes e La Paz, uma longa viagem me esperava. O vôo iria fazer conexões em Milão, Roma, SP, Assunção, para só então chegar em La Paz. Mesmo assim, não chegaria a minha cidade de origem, Cochabamba... Se quisesse chegar em Cochabamba, necessitaria mais 10 horas de ônibus ou 1hora em avião.

Sai de Tunes na manhã do dia 6 de março,o vôo chegou em Milao no final da manhã e meu vôo pra Roma sairia no inicio da noite. Perguntei para algumas pessoas do aeroporto se valeria à pena sair pra conhecer a cidade. Disseram que sim e lá fui eu. Peguei um ônibus do aeroporto de Malpense para a Estação Central (7 Euros). Fiquei encantada com a grandiosidade e arquitetura da Estação Central. Dali, tentei entrar em um museu, mas estava fechado. Eles ficam abertos até as 13:00, depois fecham para a famosa “siesta” e só reabrem às 16:30. Como não teria tempo suficiente para ver o museu e voltar para o aeroporto, decidi só dar uma caminhada pela cidade, comer uma massa italiana e tomar um café italiano. Não achei nada demais na cidade... Talvez fosse pelo frio que estava fazendo... Achei tudo muito cinza. Queria mesmo era ter passado uma tarde em Roma... Fiquei com um gostinho de quero mais... Não sei quando, mas voltarei...

Depois de passar 45 minutos corridos (literalmente) em Roma, entrei no vôo para SP. Seria mais 10 horas de viagem até SP.

Na ida pra Tunisia, passei longas 8 horas no aeroporto de Guarulhos em pleno sábado de carnaval. A ansiedade em chegar à Tunisia e todas as novas possibilidades que estavam por vir, não me deixaram pensar sobre estar no Brasil e não poder ficar no Brasil, mesmo sendo sábado de carnaval...

Porém na volta foi bem pior, não sei se pelo tempo que foi maior, pois dessa vez passei o dia todo (desde as 6 da manhã até às 22:00) no aeroporto ou se foi por ser a volta, mas foi a primeira vez que senti saudade de verdade, daquelas de apertar o coração até sentir uma pontinha de dor. Vontade de tomar o primeiro avião pra BH. Tentei trocar meu vôo em vão, para ficar alguns dias no Brasil, antes de voltar para a Bolivia, pois teria 1 semana livre até minha próxima viagem para o Peru. Lembrei que tinha que trocar minha passagem de retorno do intercambio que estava marcado para o dia 18 de Março. Era 7 de março e, de acordo com meus planos anteriores, em 11 dias estaria voltando definitivamente para o Brasil. Quanta coisa aconteceu em 6 meses. Quantos países conheci... Quantos planos mudaram... quantas novas perspectivas.

Há 6 meses estava planejando passar os próximos 6 meses em Cochabamba e ponto. Nunca imaginaria estar trocando minha passagem de retorno da Bolívia para o Brasil no Brasil! Troquei para o dia 30 de Abril com a esperança de passar o mês de maio de férias em BH. Esperança, porque aprendi a não fazer tantos planos, a não ter tanta certeza... De repente, meu destino pode mudar... Quem sabe?

Ainda no aeroporto, com tanto tempo, pensei zilhões de vezes se deveria sair e passar algumas horas entre amigos de SP, mas ao final, decidi ficar no aeroporto mesmo, lendo livros e revendo fotos da minha viagem à Tunisia.

Entre SP e La Paz, faria uma conexão em Assunção e vôo que iria de Assunção para La Paz foi cancelado. Já era inicio de madrugada e a TAM nos levou para um hotel 5 estrelas. Passaríamos todo o dia seguinte em Assunção, esperando o próximo vôo que estava marcado para a meia noite (seria tão bom se isso tivesse acontecido em Roma).

Não sei se era porque era domingo, mas Assunção não tinha nada pra fazer. Não tinha NINGUEM nas ruas e não tinha nenhuma atração turística. Andrés, atual presidente da AIESEC em Bolivia e eu, fomos até o porto do Rio Paraguai, que é lindo por sinal, mas estava fechado. Vimos o palácio do Governo, que estava deserto. Visitamos algumas praças desertas, que diziam serem praças importantes e caminhamos pelas ruas e avenidas literalmente desertas. Com exceção de um povoado que vivia em barracões, que parecia ser uma pequena favelinha, às margens do Rio Paraguai, atrás do palácio do governo, me senti em uma cidade fantasma.

Encontrei um buteco aberto numa esquina, me lembrou o Brasil. Perguntei se tinha cerveja gelada e a senhora respondeu: “Si, por supuesto. Tenemos Brahma, quieres?” “O que?! Brahma gelada? Claro que quero!” Foi o único ponto alto da viagem à Asunción. La Brahma Paraguaya bien fria. Depois disso, Andres e Eu, decidimos ficar no hotel que tinha mais atrações turísticas que a própria cidade...
Rio Paraguai    

E... finalmente, depois de 4 dias de viagem cheguei à La Paz. Menos de 1 semana depois de retornar da Tunisia, iria para o Peru atender outra conferencia da AIESEC. Por esse motivo, preferi ficar em La Paz mesmo, descansando, pois iria para o Peru de ônibus e precisava reservar energias... Mais uma semana dormindo em quartos e camas desconhecidos... Vivendo uma vida de passagem. Ficaria mais um tempo sem voltar pra Cochabamba... Já estava “extrañando” meu quarto, minha cama, minha rotina na Fundação...



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