Incredible India I

Postado por Babi Silva , domingo, 12 de setembro de 2010 13:00

E depois de muuuuito tempo, resolvi atualizar meu blog.
Os últimos meses foram corridos e cheios de novidades, porém, acabo de voltar de uma das viagens mais incríveis que fiz na minha vida e se eu não ressuscitasse meu blog dessa vez, não o faria nunca mais...

Incredible India

Por mais que tivesse pesquisado no Google, ouvido histórias, dicas e conselhos de quem já esteve ou esta por lá, por mais que tivesse lido livros, blogs e visto a novela “Caminho das Indias”, nada, nada mesmo teria me preparado suficientemente para viver a Incredible India.

Agora realmente entendo o status que as pessoas que estão por lá colocam em seus msns, skypes, facebook e afins: Incredible India. Só essa expressão chega perto de explicar o que é viver a India...

Incrível
 Adj. 1 Que não se pode acreditar. 2 Extraordinário, inexplicável. 3 Excêntrico, singular. sm O que é difícil de acreditar. (Michaelis).

Realmente difícil de acreditar e de explicar.

Nos 20 dias que passei por la, 10 passei vivendo a maravilhosa experiência de uma conferencia internacional da AIESEC, com a presença de 600 pessoas de mais de 100 países diferente. Porém detalhes ficarão para próximos posts.

Um pouco antes da conferencia, passei 3 dias em Mumbai.  A idéia inicial era chegar em Mumbai às 2 da manhã, esperar até a manhã seguinte e pegar um vôo para Hyderabad, onde entrei em contato com alguns brasileiros que estão fazendo seu intercambio da AIESEC por lá, para me darem um help e um lugar pra ficar. Porém, na escala que eu fiz na África do Sul, encontrei a delegação do Brasil e resolvi juntar me a eles, que ficariam 3 dias em Mumbai, conhecendo a cidade. Ai começou minha aventura.

Paguei 10US para trocar minha passagem para Hyderabad e me juntei aos brasileiros. Assim que saímos do aeroporto um bafo quente nos recepcionou. É época de Monções (para saber + clique aqui) e chove pra caramba. Ficamos esperando o carro do hostel nos buscar. Os meninos conseguiram pela internet um hostel e lá fomos nós, esperar por esse serviço que depois descobri ser bem comum na India. Se você se hospeda no hostel, ganha “Free Pick up & Drop” para o aeroporto.

Chegamos no Anjali Inn às 3 da manhã, o Hostel fica em Maharashtra, ao lado de Dharavi, a maior favela da Ásia, aquela do filme “Quem quer ser um milionário”. Foi nosso primeiro grande choque. Chegar às 3 da manhã, numa favela, cheia de corvos gritando e chuva, muita chuva... Foi quase um cenário de filme de terror, o sentimento geral foi: “O que eu estou fazendo aqui?” . Vontade de pedir para nos levarem de novo para o aeroporto e sair voando de lá. Até que por dentro, o hostel era bonitinho e arrumado. O dono do hostel nos recepcionou com a simpatia típica dos Indianos. Preço de 15 dólares diários sem direito a café da manhã, mas com internet free =)

No dia seguinte, seguimos o conselho de Raj, dono do hostel e alugamos 2 taxis que nos acompanharam durante todo o dia, nos levando para os principais pontos turísticos da cidade... O hostel ficava à 1 hora e meia do centro comercial de Mumbai. Toda essa disponibilidade saiu por 200 rúpias por pessoa ou pouco mais de 4 dólares. E lá fomos nós...

Segundo choque: O trânsito caótico da Índia. Não existem faixas ou pelo menos elas não são respeitadas... então, num espaço que caberiam 3 carros lado a lado, existem 5. Adoro o senso de espaço dos indianos. Quase nenhum carro possui retrovisores e as motos colocam os retrovisores pra dentro, pois assim possuem mais espaço para manobras. Buzina aqui serve pra dizer, “estou passando”. Alguns caminhões possuem a frase "Horn please" (Buzine por favor) na traseira. Durante mais de 1 hora, tivemos como paisagem, edifícios escuros por causa dos musgos das paredes... A cidade é extremamente úmida e cada prédio parece um charque de samambaia.  O grito dos corvos nos acompanhou durante todo o trajeto. Por causa da chuva, não conseguimos ver muita coisa. Visitamos a casa do Gandhi, comprei um livro da autobiografia dele, tentamos ver a orla de Mumbai, visitamos um ponto turístico que não sabemos o nome, rejeitamos a entrada num museu de arte (prefiro história a arte),  passamos em frente ao Gateway de India (sem descer por causa da chuva), comemos MC Donalds que por lá só tem hambúrguer de carne de frango, peixe ou vegetariano, nada que contenha carne bovina. Promoção completa 3 dólares. Fizemos tentativas de fazer compras, mas os motoristas só nos levaram para lugares para turistas, onde tudo era obviamente muito mais caro que o normal. No final do dia resolvemos nos aventurar num bar para beber uma cerveja e jogar conversa fora. No bar nos arriscamos a pedir nossos primeiros pratos tipicamente indianos... Na verdade ninguém tinha a mínima noção do que estava pedindo, a única coisa que perguntávamos era se era picante, coisa difícil de evitar na India. Comemos um pão, macarrão frito e frango... Estavam muito bons e ninguém passou mal =)  O que mais me chamou a atenção foi a completa ausência de mulheres no bar. Outra coisa que chamou a atenção foi como nós estrangeiros chamamos a atenção... Os homens das mesas ao lado ficavam nos olhando, sorrindo e comentando coisas em Hindi ou Ingles Indiano que não dava pra entender nada.

 Criatório de Corvos na Orla de Mumbai
Ponto alto do 1º dia - Casa do Gandh
No 2º dia fizemos a mesma coisa. Chamamos nossos 2 taxistas e lá fomos nós conhecer outros pontos turísticos. Dessa vez não estava chovendo, nosso humor e disponibilidades estavam bem melhores que no dia anterior. Algo aconteceu, a cidade já não parecia tão feia, o trânsito já não nos tirava o humor, já até fazíamos piada do inglês Indiano. Fomos visitar um templo hindu, fomos num mercado fazer compras, o que super animou nós, garotas, que nos esbaldamos comprando coisas super hiper mega baratas (depois descobrimos que Mumbai é uma das cidades mais caras da India, obaaaa)... E com o humor ainda melhor depois das compras, tivemos ainda mais vontade de conhecer a cidade. Fomos conhecer um templo budista na orla de Mumbai e pudemos ver melhor a famosa orla, cenário dos tantos filmes de Bollywood. Depois voltamos para conhecer melhor o Gateway of India, construído pelos britânicos na época da colonização. Fotos, fotos, fotos, jantar no MC Donalds e mais comprinhas rápidas antes de voltar para o Hostel. Nessa altura do campeonato já tinha começado a pegar o jeito na barganha com os Indianos... Você pergunta o preço, diz que tá caro. Dai eles perguntam quanto você quer pagar, vc diz um preço baixo, eles reclamam, vc dá as costas e 3 segundos depois eles te chamam aceitando a proposta. Claro que foi a 1ª experiência de muitas... Pude praticar bastante a arte de barganhar com Indianos. 















No 3º dia o jetlag (para saber + clique aqui) nos afetou e passamos todo o dia dormindo e descansando. Na madrugada do 3º para o 4º dia viajamos para Hyderabad. O aeroporto de Mumbai é outra atração a parte. Nas entradas, assim como em todas as entradas de edifícios públicos, os famosos detectores de metais e muitos policiais. Muitos aviões saindo e chegando... Uma fila de aviões esperam a hora de decolar, filas e filas de pessoas esperando o momento de entrar nos ônibus que levam para as aeronaves... Dentro do ônibus, viajei quase 10 minutos pela pista, passando por centenas de aeronaves até chegar à minha e la dentro, avião lotado, cheiro de comida indiana no ar e muito, muito barulho de pessoas conversando o tempo todo.

Mumbai, como qualquer megalópole, possui seu lado moderno, bonito, dinâmico, confortável e prático. Assim como seu lado pobre, feio, barulhento e cheio de diferenças sociais.  No final o saldo foi positivo. Passar pela orla no final da tarde e ver dezenas de casais sentados olhando para o mar deu uma sensação de leveza à cidade... Gostei muito de Mumbai, só não sei se iria gostar de viver lá, assim como não sei se iria gostar de viver em SP. 

Chegando em Hyderabad, outra visão. Aeroporto hiper moderno, enorme, cheio, mas mais organizado que o de Mumbai. Do lado de fora, verde, verde e mais verde. Muitos jardins nos recepcionam...Que saudade de Dharavi hahahaha...

Nessa altura do campeonato, como peguei um vôo diferente do resto da delegação, claro que eu me perdi dos demais. Impossível encontrar alguém no meio de centenas de vôos com um mesmo destino, num aeroporto gigante como o de Hyderabad. Porém, já no meu vôo encontrei com um Norueguês, que estava indo para a mesma conferencia que eu e no momento de pegar minha mala encontrei com alguns membros da AIESEC Kenia e Nigéria, que também estavam indo para a mesma conferencia que eu. Essa é a vantagem de se usar camiseta com a logo AIESEC, você sempre ouve alguém gritar: Hey AIESEC!  

A organização do evento também foi ótima. Assim que saímos do aeroporto já dava pra ver um stand com a placa da AIESEC bem grande e pessoas com a plaquinha AIESEC nos esperando. Impossível se perder... Pegamos um ônibus que nos levaria até o Novotel Hyderabad, um hotel que fica dentro dos limites do aeroporto. Daí já iria começar minha experiência em mais uma conferencia internacional da AIESEC. Porém, contarei em próximos posts.

* Reportagem do fantástico sobre Mumbai e Dharavi: Clique aqui  
*Trilha Sonora do filme de Bolywood que vi no vôo de Joanesburgo para Mumbai. História romântica que se passa em Mumbai durante período de Monções: Clique aqui 

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